DICAS

7 MITOS E VERDADES SOBRE MANUTENÇÃO DE CAMINHÕES

Abaixo separamos algumas lendas sobre a manutenção de caminhões que, em vez de ajudarem na conservação do veículo e na economia para o motorista, acabam trazendo mais riscos e forçando mais os componentes mecânicos.

Dirigir em ponto morto economiza combustível:

Na verdade, acontece o contrário. Com os motores equipados com injeção eletrônica, utilizar o freio motor, ou seja, deixar o caminhão engatado em um declive, faz com que a injeção de combustível seja completamente suspensa, pois o sistema consegue fazer a leitura de que o motor está girando sem precisar de combustível.

Se for colocado em ponto morto, o módulo da injeção não tem como entender isso, deixando o motor funcionar por meio da contínua alimentação, ainda que sem acelerar.

Fora isso, descer ladeiras em ponto morto faz com que o freio motor seja dispensado. Assim, há uma exigência muito maior sobre o sistema de frenagem, aumentando o gasto das lonas e tambores.

Essa prática é extremamente perigosa, pois o controle do veículo é menor e pode gerar, ainda, um superaquecimento dos freios, que vão falhar.

O motor precisa ser aquecido:

Muitos motoristas, após darem a partida, esperam alguns minutos antes de arrancarem. A explicação é de que o motor precisa aquecer para funcionar de maneira correta. No entanto, essa prática não tem sentido nos caminhões atuais, providos de sistema de injeção eletrônica.

Isso porque o módulo da injeção já faz o papel de dosar o abastecimento do motor e a queima do combustível no tempo necessário. Além disso, as novas tecnologias dos óleos lubrificantes já preveem uma diferença de temperatura dos motores e são preparados para que não haja mudança significativa no seu desempenho.

A válvula termostática atrapalha o funcionamento do motor:

No começo do uso da tecnologia das válvulas termostáticas, elas davam bastante problema e acabavam atrapalhando os motoristas, que tinham que parar para verificá-las. Mas hoje em dia isso já virou um mito.

A válvula termostática trabalha dividindo a água entre o motor e o radiador. Quando o motor está frio e precisa aquecer, o líquido de arrefecimento permanece rodando somente nele para esquentar mais rápido. Quando sua temperatura se eleva e exige controle, a válvula libera para que a água se resfrie no radiador e volte para o motor, esfriando-o conforme a necessidade.

Portanto, retirar a válvula fará com que não haja uma divisão correta do líquido de arrefecimento entre o motor e o radiador. Dessa forma, ela rodará todo o sistema da mesma forma, independentemente das condições de temperatura do veículo.

Assim, haverá uma demora maior para aquecer o motor ao ligá-lo e, quando muito exigido, poderá superaquecer.

O aditivo da água do radiador não é necessário:

Muitos motoristas acreditam nisso, mas não é verdade. O aditivo trabalha para que a água do sistema de arrefecimento não entre em ebulição ou congele (a depender do clima extremo) com tanta facilidade.

Além disso, o aditivo evita a corrosão dos componentes do motor e a formação de ferrugem por onde a água passa, aumentando a vida útil deles. Assim, sempre que for colocar água no sistema, é importante que se coloque a quantidade de aditivo recomendada pelo fabricante.

Óleo de mamona evita corrosão do chassi:

Essa prática é utilizada para proteger o chassi, mas pode acabar causando mais desgaste. Isso porque o óleo de mamona acaba agindo como aderente para sujeiras e detritos, esses realmente prejudiciais aos componentes do veículo.

Outro bom motivo para não adotar essa prática é que o óleo de mamona ajuda a ressecar partes plásticas e componentes de borracha, como mangueiras e vedações.

Acelerar ao ligar ajuda o motor:

Novamente, essa prática está ligada aos antigos motores carburados (motor a gasolina), que quando ainda frios, podiam falhar e morrer. Com o advento da injeção eletrônica essa prática se tornou inútil e pode causar problemas.

Além de gastar combustível sem necessidade, acelerar o motor logo quando é ligado faz com que pistões trabalhem mais rápido do que o normal nos cilindros, necessitando de maior lubrificação. Isso bem quando a bomba de óleo está iniciando seu trabalho. Ou seja, exige mais de um motor com pouca lubrificação, ocasionando maior atrito e um desgaste desnecessário.

Ao desligar, é bom dar uma acelerada antes:

O mito vem da crença de que a aceleração antes de desligar o motor injetaria combustível nele e faria com que o óleo lubrificante ficasse parado em suas partes móveis, o que posteriormente facilitaria a partida. Mas não é verdade.

O que acontece na realidade é o contrário. Como a turbina do motor é acionada na aceleração e só para pela inércia, é necessário um tempo para que ela deixe de girar. No entanto, ao desligar o motor, o óleo é cortado, fazendo com que ela continue girando sem lubrificação.

Isso pode causar danos e desgaste acentuado à turbina, que precisará ser substituída em pouco tempo. E o valor dessa troca pode assustar, facilmente ultrapassando a casa dos quatro dígitos.

Além disso, o óleo que está no motor, após ser desligado, desce para as partes mais baixas, não sendo utilizado depois em uma eventual partida.

CONCLUSÃO:

Hábitos corretos com manutenção e cuidados com o veículo aumentam a segurança das viagens, deixando o trânsito mais seguro, protegendo as cargas e, principalmente, o bem mais precioso que um caminhão leva: a vida de seu condutor.

Assim, efetuando manutenção preventiva, utilizando peças originais recomendadas pelas montadoras dos veículos e deixar de lado hábitos nocivos, originados de mitos que circulam pelas estradas, são atitudes essenciais para o aumento da renda do motorista e também para sua saúde e bem-estar.

Portanto, não economize na manutenção de caminhão. Ela é essencial para mantê-lo rodando em segurança e com eficiência. Dessa forma, o que é gasto retorna em lucro com cargas entregues em dia e economia em combustível e em consertos.